terça-feira, 27 de abril de 2010

TIPOS DE BONECOS

Existem muitos tipos de bonecos. Cada tipo tem suas características específicas, e exige sua linguagem dramática especial. Certos tipos só se desenvolvem sob determinadas condições culturais e geográficas. Os tipos mais importantes são assim classificados:

FANTOCHES - bonecos de mão ou de luva.
Esse tipo possui corpo de tecido, vazio, que o manipulador veste na mão; ele encaixa os dedos na cabeça e nos braços para movimentá-los. A figura é vista só da cintura para cima e geralmente não tem pernas. A cabeça pode ser feita de madeira, papel-maché, ou borracha, as mãos são de madeira ou de feltro. O modo de operação mais comum é usar o dedo indicador para a cabeça, e o polegar e o dedo máximo para os braços. Esse é o típico show de fantoches apresentado ao ar livre por toda a europa. A vantagem do fantoche ou boneco de mão é a sua agilidade e rapidez; a limitação é seu tamanho reduzido e os movimentos de braços pouco eficientes.

BONECOS DE VARA - São figuras também manipuladas por baixo, mas de tamanho grande, sustentadas por uma vara que atravessa todo o corpo, até a cabeça. Outras varas mais finas podem ser usadas para movimentar as mãos e, se necessário, as pernas. Esse tipo de figura é tradicional nas ilhas indonésias de Java e Bali, onde são chamadas de wayang golek. Em geral, o boneco de vara é adequado a peças de ritmo lento e solene, mas são muitas as suas potencialidades e grande a sua variedade. Porém é muito exigente quanto ao número de manipulares, exigindo sempre uma pessoa por boneco, e às vezes duas ou três para uma única figura.
MARIONETES OU BONECOS DE FIO - São figuras grandes controladas por cima. Normalmente são movimentadas por cordões ou fios que vão dos membros para uma cruzeta de controle na mão do manipulador. O movimento é feito por meio da inclinação ou oscilação da cruzeta de controle, mas os fios são também puxados um a um quando se deseja um determinado movimento. Uma marionete simples pode chegar a ter nove fios: um em cada perna, um em cada mão, um em cada ombro, um em cada orelha (para mexer a cabeça) e um na base da coluna, para fazer o boneco se inclinar. Efeitos mais detalhados podem exigir o dobro ou o triplo desse número. A manipulação de uma marionete de muitos fios é uma operação complexa que exige grande treinamento. As marionetes européias são capazes de imitar praticamente todos os movimentos humanos ou de animais. No começo do século XX, porém, chegou-se a um naturalismo tão grande que as marionetes correram o sério risco de se transformar numa forma estéril de arte, sem maiores possibilidades de desenvolvimento. Alguns bonequeiros começaram a achar que o controle com fios era indireto demais e muito sem firmeza para obter certos efeitos dramáticos, e por isso passaram a utilizar bonecos de vara. Mas nas mãos de um intérprete sensível, a marionete continua sendo a forma mais delicada e mais exigente da arte do teatro de bonecos.


TEATRO DE SOMBRAS - Trata-se de um tipo especial de figura plana, utilizada para projetar sombras em um telão semitransparente. Podem ser recortadas em couro ou qualquer outro material opaco, como nos teatros tradicionais de Java, Bali e da Tailândia, além do tradicional "sombras chinesas" da Europa do século XVIII; nos teatros tradicionais da China, Índia, Turquia e Grécia, e em diversos grupos modernos da Europa, as figuras podem ser recortadas também em couro de peixe ou em outros materiais transparentes.Elas podem ser operadas por baixo, com varas, como no teatro javanês; com varas que ficam em ângulo reto com a tela, como nos teatros chinês e grego; ou por meio de cordões escondidos atrás dos bonecos como nas sombras chinesas. O teatro de sombras não precisa se limitar a figuras planas. Ele pode lançar mão também de figuras tridimensionais. O teatro de sombras é uma arte de grande delicadeza, e o aspecto incorpóreo dos bonecos de sombra é exemplo eloqüente da força do teatro de títeres como forma artística.

OUTROS TIPOS - Esses cinco tipos não são os únicos. Existem, por exemplo, bonecos manipulados à vista da platéia. Os mais interessantes desse tipo são os bonecos bunraku japoneses, que receberam esse nome em homenagem ao seu criador, um titeriteiro japonês do século XVIII, Uemura Bunrakuken. Essas figuras têm metade ou até três quartos da altura de uma pessoa e podem chegar a exigir três operadores por boneco. O manipulador principal controla os movimentos da cabeça usando um sistema de fios dentro do corpo do boneco, podendo mexer as sobrancelhas e girar os olhos. Com a outra mão, ele manipula o braço direito da figura; o segundo manipulador se encarrega do braço esquerdo; e o terceiro movimenta as pernas; a coordenação entre esses três artistas exige um treinamento prolongado e rigoroso.



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